Os textos abaixo não são indicados para quem tem o coração fraco. Depois não diga que eu não avisei! :-D
Monstrinho
Rodolfo nasceu miudinho e lindo de morrer.
- Reparem só nos cachinhos esverdeados! – suspirou a mãe.
- Reparem só nos cachinhos esverdeados! – suspirou a mãe.
- E os expressivos olhinhos cor de cereja? – elogiou o pai.
- Notaram que verruguinha mais simpática? – apontou o avô.
- E o hálito? Lembra os mais caros queijos franceses – comentou a avó.
A vida não era só um mar de rosas. Junto com a paparicação vinham regras rígidas.
- Você é muito pequeno para sair de casa. Brinque com o que tem por aqui.
A vida não era só um mar de rosas. Junto com a paparicação vinham regras rígidas.
- Você é muito pequeno para sair de casa. Brinque com o que tem por aqui.
O que tinha por ali não era muito. Uns 4 ou 5 cubos de montar, o pé esquerdo de um patins, um carrinho sem rodas e uma meia furada. No entanto era só olhar para fora que via uma enorme quantidade de brinquedos. Aquele mundo estranho parecia ser muito divertido e ele precisava conhecê-lo de qualquer jeito.
A hora chegou junto com o sol da manhã. Seus pais ainda dormiam quando Rodolfo se levantou. Decidido a burlar a regra paterna, deu um passo para fora de casa quando... um enorme pé esmagou-o no chão.
- Ô Manhê! Acho que pisei em um bicho! – reclamou a criança ao se levantar da cama.
- Ô Manhê! Acho que pisei em um bicho! – reclamou a criança ao se levantar da cama.
Dorme, neném
- Conta uma história?
- Já passou da hora de dormir!
- Uma pequena, vai?
- Só se você prometer que vai ouvir de olhos fechados. Tudo bem?
O garoto concordou.
- A neblina embaçava o caminho do estaleiro quando o vampiro...
O garoto concordou.
- A neblina embaçava o caminho do estaleiro quando o vampiro...
- Não quero história de terror! Assim não vou conseguir pegar no sono – reclamou.
- Aiaiai... Tá bom. Era uma vez um menino que não queria crescer... Aí a fada saiu da gaveta espalhando seu pó multicolorido... Foi quando os piratas sanguinários aprisionaram o moleque... O ensurdecedor tilintar das espadas ecoava pelo tombadilho... A bocarra crocodiliana sorveu o sangue bucaneiro...
- ROOOOONC! – a criança dormiu.
- Finalmente.
O monstro parou de contar a história, saiu debaixo da cama e devorou o menino inteiro, de uma bocada só.
O monstro parou de contar a história, saiu debaixo da cama e devorou o menino inteiro, de uma bocada só.
Barata Cascuda
- Acorda, Alberto! – Janete sacudiu o marido com força para que ele despertasse.
- Hein, o que? Pô, Janete, sabe que horas são? Amanhã é quarta-feira! – Alberto se virou e pegou os óculos na mesinha de cabeceira para conferir o relógio.
- Tem uma barata cascuda embaixo da cama! – cochichou a mulher.
- Janete, são 3 horas da manhã. Tenho uma reunião logo cedo com o Dr. Silvério.
- Faça alguma coisa, Alberto. Não vou conseguir dormir com esse bicho aí – gemeu.
- Tá bom, Janete – o marido suspirou resignado e apanhou uma lanterninha na gaveta da mesinha. Virou-se de bruços e abaixou a cabeça para ver embaixo da cama. – Você verá que não há nada. É só eu...
Um alienígena com olhos amarelos, garras e corpo de inseto arrancou a cabeça de Alberto e comeu. Enquanto o corpo do homem estrebuchava sobre a cama, o visitante saiu de seu esconderijo e fitou a mulher. Depois rastejou em direção à janela e voou para fora. Janete ficou alguns minutos olhando para o tapete de sangue que se formava no chão. Depois deitou e puxou o lençol.
- Pode deixar, querido. A barata já saiu voando pela janela – disse antes de dormir.
Um alienígena com olhos amarelos, garras e corpo de inseto arrancou a cabeça de Alberto e comeu. Enquanto o corpo do homem estrebuchava sobre a cama, o visitante saiu de seu esconderijo e fitou a mulher. Depois rastejou em direção à janela e voou para fora. Janete ficou alguns minutos olhando para o tapete de sangue que se formava no chão. Depois deitou e puxou o lençol.
- Pode deixar, querido. A barata já saiu voando pela janela – disse antes de dormir.
terríveis e horrorosos.
ResponderExcluir:>)
todos os três.
well done!
Gostei da Barata Cascuda, bem intenso.
ResponderExcluirObrigado, Angela. Os dois primeiros textos são mais leves, acho que porque gosto mais de escrever para crianças. Mas resolvi carregar unm pouco mais nas tintas do terceiro. Fico feliz que tenha gostado. :)
ResponderExcluir