segunda-feira, 26 de julho de 2010

Condomínio dos Monstros - Resenha


Condomínio dos Monstros
de Alexandre de Castro Gomes
Resenha de Alessandra Pontes Roscoe

Dica de Leitura

Nada melhor que começar a semana dando boas risadas e se divertindo com uma história inteligente e bem humorada. Pois bem, neste clima de altíssimo astral é que indico o livro de estreia de uma dupla muito querida: Alex Gomes e Cris Alhadeff. Ele escritor ( com outros dois livros infantis já publicados), ela ilustradora ( também com outros títulos para crianças), parceiros na literatura e na vida ( são casados e têm dois filhos!), afinidade que permitiu com que acertassem a mão e criarassem um livro pra lá de encantador. Assim é Condomínio dos Monstros, publicado pela Editora RHJ, que conta a história de um condomínio bem diferente, mas repleto de confusões e brigas, só que entre monstros e bruxas. Tudo começa por conta do barulho que impede um dos moradores, a Múmia, de cair em seu sono milenar... Depois de muita briga, várias reuniões a monstrarada do Condomínio consegue garantir o sono de mil anos da Múmia, mas aí surge um outro problema: Ela ronca e muito alto! O texto é leve e as ilustrações de Cris cheias de imaginação. Em tempos de histórias de vampiros nas páginas dos livros e nas telas do cinema, Condomínio dos Monstros chega para engrossar a fileira das histórias bem contadas e para todas as idades! O final é surpreendente e muito, muito divertido! O livro mal chegou às prateleiras das livrarias e já foi selecionado para o programa Minha Biblioteca e será distribuído para mais de 6 mil alunos no Estado de SP!

26/07/10 - Blog Contos, Cantos e Encantos

Blog Contos, Cantos e Encantos da escritora e jornalista Alessandra Pontes Roscoe



Dica de Leitura


Nada melhor que começar a semana dando boas risadas e se divertindo com uma história inteligente e bem humorada. Pois bem, neste clima de altíssimo astral é que indico o livro de estreia de uma dupla muito querida: Alex Gomes e Cris Alhadeff...

terça-feira, 20 de julho de 2010

Se fosse hoje...

- Estás online?
- Sim, meu senhor.
- Serei breve. Imprima tudo quando eu terminar.
- OK! :-)
- Primeiro: Amai a Deus sobre todas as coisas.

Carta da AEI-LIJ ao Ministro da Cultura

Rio de Janeiro, 18 de Julho de 2010



Ao Excelentíssimo Senhor Ministro da Cultura Juca Ferreira

Esplanada dos Ministérios, Bloco B, Brasília - DF, CEP 70068-900

Re.: Anteprojeto de lei que altera a Lei Federal 9.610/98 apresentado pelo Ministério da Cultura para consulta pública em 14/06/2010

A AEI-LIJ - Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil, entidade que representa os autores de texto e imagem que atuam no segmento de literatura infantil e juvenil vem, por meio deste documento, posicionar-se a propósito do Anteprojeto de Lei que se encontra em consulta pública e que objetiva alterar a Lei 9.610/98, que regula os direitos autorais.

Entendemos que algumas das propostas apresentadas pelo Anteprojeto, ao invés de estimular a produção de bens culturais, podem trazer sérios prejuízos à cultura brasileira e à subsistência da produção intelectual, assim como aos segmentos de mercado a ela relacionados e suas respectivas cadeias produtivas, visto que alguns dos acréscimos propostos são danosos ao exercício profissional dos criadores de obras artísticas, científicas e literárias.

Mais ainda: alguns acréscimos, visando especificar e legalizar determinadas práticas, como as apresentadas no Artigo 46, principalmente em seu parágrafo único, fornecerão, na prática, subsídio legal para a reprodução e disponibilização não autorizadas de obras integrais protegidas, sem que os titulares do direito autoral tenham uma justa contrapartida.

Algumas propostas ferem gravemente os direitos de exploração da obra por seus autores e editores, autorizando a reprodução e distribuição ao público, na íntegra, de obras protegidas utilizando-se de expressões muito amplas, capazes de abranger, praticamente, todo e qualquer tipo de utilização, sem excluir a possibilidade de exploração econômica por terceiros, ("para fins educacionais, didáticos, informativos, de pesquisa") e subjetivas ("sem prejudicar a exploração normal da obra e nem causar prejuízo injustificado aos legítimos interesses dos autores").

Estes dispositivos ferem os direitos do autor que a lei deveria defender e contrariam aquilo que é garantido pela Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 5, inciso XXVII:

"aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar."

Ainda que reconheçamos pontos positivos, como a inclusão de um capítulo tratando especificamente da reprografia (Capítulo IX, que ainda carece de reparos), o fato é que estes possíveis avanços são neutralizados por outros dispositivos, como o já citado parágrafo único do Artigo 46. Surpreende-nos também que sejam incluídos dispositivos que reduzem as penalidades de possíveis infratores e outros que passam a penalizar os detentores de Direitos Autorais, invertendo o propósito da lei. Outro motivo de estranheza é que, apesar de o surgimento de novas tecnologias de reprodução e disseminação de obras autorais ser uma das principais alegações para as mudanças na atual Lei de Direitos Autorais, vários dos dispositivos passam ao largo destas mesmas inovações, não considerando, por exemplo, o livro eletrônico, a remuneração por download ou a impressão por demanda.

Os associados da AEI-LIJ acreditam que os livros de literatura infanto-juvenis são obras culturais indispensáveis à formação do leitor e do cidadão, e contribuem para o desenvolvimento nacional. Para garantir e expandir a produção deste gênero de obras literárias deve ser assegurado a autores e editores o retorno financeiro necessário à subsistência. Práticas como as cópias ou uso não autorizado de obras literárias (incluindo suas ilustrações), mesmo que parcialmente, sem a justa e necessária contrapartida a seus autores configuram ato danoso à produção literária. A Lei de Direitos Autorais deve ter o compromisso de garantir que autores, empresas e profissionais da área tenham o direito de sobreviver de seu trabalho. Isto deve ser proporcionado por meio da formulação de leis que sejam claras e eficientes na manutenção do direito à comercialização a preços justos e acessíveis à sociedade, ou mesmo de seu livre acesso, desde que garantida a remuneração necessária de seus autores. Sem este compromisso, a produção literária no Brasil corre o sério risco de sofrer uma perda irremediável de qualidade.

Tal como se apresenta, o Anteprojeto provocará desestímulo à produção intelectual, artística e literária no país, motivo pelo qual consideramos necessário buscar maior equilíbrio entre os direitos de quem produz e os de quem se beneficia desta produção, o que, certamente, ainda não foi alcançado no atual Anteprojeto.

Sem mais para o momento, agradecemos a atenção.

Cordialmente,


Anna Claudia Ramos           Maurício Veneza
      Presidente                  Vice-presidente

AEI-LIJ - Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil http://www.aeilij.org.br/

quinta-feira, 15 de julho de 2010

"Condomínio dos Monstros" vai virar peça!


Estou rindo à toa. Há algumas semanas recebi um e-mail da diretora Patricia Faloppa com a proposta de transformar o "Condomínio dos Monstros" em peça teatral. Conversamos muito, trocamos e-mails, acertamos detalhes e voilá! A história vai para o teatro! A previsão é que esteja em algum palco da zona sul do Rio em janeiro de 2011. Já existe uma equipe de profissionais super atualizados cuidando da adaptação do texto, figurinos, produção, etc. e tal. Alguns atores conhecidos já estão sendo contatados. Haverá música e dança. Teremos bruxa voando, fantasma atravessando paredes, saci, mula sem cabeça, múmia, bicho-papão e muito mais. Super cool! (como diria minha amiga Claudia)
Bem, depois darei mais detalhes. Agora é hora de comemorar! Tchuc-tsssssss!

Livros de amigos (01)

Tem sempre algum livro novo chegando em casa. Alguns são presentes, outros são comprados, e claro, alguns nascem aqui. Hoje quero escrever sobre três livros muito bacanas que descolaram um lugar na estante dos favoritos. O primeiro é um lindo texto do Zé Zuca ilustrado pela Cris Alhadeff. Chama-se "Vou contar um segredo - uma história cheia de medo". O segundo é uma história bem legal da Alessandra Pontes Roscoe, ilustrado pelo Jô Oliveira, de nome "JK, o lobo guará". O último é "Obax" do extraordinário André Neves.

Quem conhece o Zé Zuca sabe como ele é divertido. O cara comanda um programa de auditório semanal (ao vivo) na Rádio Nacional chamado "Rádio Maluca", que vai ao ar todos os sábados das onze ao meio-dia. As crianças participam do programa que tem ainda convidados ilustres, contação de histórias, brincadeiras e muita música boa. Pois não é que o Zé Zuca escreveu uma história tão divertida e ao mesmo tempo sensível, na qual uma menininha vai listando os medos que sua família tem? Medo de baratas? De Elevador? Ora essa! Na minha idéia deve ser por causa...
Recomendo o livro. As ilustrações da Cris Alhadeff são uma graça. A editora Mirabolante caprichou na produção de "Vou Contar um Segredo...". A capa laminada com verniz localizado dá um charme a mais.

A minha amiga Alessandra Pontes Roscoe lançou o "JK, o lobo guará", durante o 12º Salão da FNLIJ, no Rio de Janeiro. Quem viu a moça contando a história para as crianças do Salão, se apaixonou por essa declaração de amor a Brasília. A história, contada em versos, fala sobre o nascimento da nossa capital, visto pelos olhos de um lobo guará. Como um bicho do cerrado pode ser da cidade? Será que ele vai perder seu instinto selvagem? Para saber só lendo o livro. Ah! no final a Alessandra colocou um texto sobre a história de Brasília e algumas curiosidades. Show!
As ilustrações são do Jô Oliveira, um craque, e a publicação ficou por conta da Melhoramentos. Aliás é bom ressaltar o capricho com que a editora tratou o livro. A capa em alto relevo e as bordas arredondadas dão um toque especial!

O que mais dizer do André Neves? Que o cara é fera na ilustração, todos já sabiam. Que ele é super premiado é notícia velha. Agora que ele é também escritor, e dos bons, nem todos ainda sabem. "Obax" não é seu primeiro trabalho com texto e ilustração. Antes ele já publicara outros, como o divertido "Margarida", da editora Lê. Esse no entanto está entre os seus mais recentes lançamentos. Estive no 12º salão da FNLIJ e tive a oportunidade de conhecer o André. O cara é super gente fina e solícito toda vida. Lá conheci o livro, que ele apresentou para uma turminha de crianças curiosas. Fui correndo comprar. A história da menininha africana que inventava histórias para compensar a solidão é emocionante. A volta ao mundo no lombo do seu amigo elefante é contada de forma lúdica e colorida. Só a ilustração do elefante já vale o livro. A edição da Brinque-Book merece nota 10!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

"Condomínio dos Monstros" no Minha Biblioteca

Olha que notícia boa. Meu editor me ligou ontem dizendo que o Condomínio dos Monstros foi escolhido pelo programa Minha Biblioteca para compor o kit dado aos alunos do ensino público de São Paulo. Serão distribuidos 6422 exemplares do Condomínio! Bottoms up!

A Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo, em parceria com a Câmara Brasileira do Livro, criou em junho de 2007 o Programa Minha Biblioteca, um projeto super bacana de incentivo à leitura.

No primeiro ano, foram contemplados 275 mil estudantes da 1ª a 4ª séries do ensino público. No ano seguinte, o programa se estendeu aos alunos da 5ª a 8ª séries, totalizando mais de 520 mil estudantes. Cada um recebeu um kit com dois livros de literatura e uma maleta com espaço para mais exemplares para começar a montar sua biblioteca pessoal. A previsão é que o aluno complete a maleta ao final do curso, incluindo nela dois novos livros a cada ano.  

Segundo o site da Secretaria Municipal de Educação, "a idéia do programa Minha Biblioteca é fazer de São Paulo uma cidade de leitores. Para o secretário municipal de Educação Alexandre Schneider, o programa – inédito no país – tem um papel muito importante, que ultrapassa os muros da escola. 'O objetivo é estimular o gosto pela leitura dos nossos alunos, mas não para por aí. Nossa intenção é que o hábito se estenda também aos pais e familiares das crianças e jovens que recebem os livros'."

Show de bola, não é? Parabéns a todos os envolvidos!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Conhecimento Prático Literatura

Tenho uma amiga, Simone Pedersen, que é escritora. Ela tem quatro livros infantis com lançamentos previstos para agosto (estou na fila para comprar). A moça tem talento. E não sou só eu que penso assim, afinal a Simone escreve para jornal e revista e já ganhou um monte de prêmios em concursos literários. Bem, mas por que estou falando dela? É porque a Simone me mandou um e-mail perguntando se eu tinha lido a revista "Discutindo Literatura Especial - Literatura Infantil e Juvenil". "Ué? Não conheço. Está nas bancas?" "Alex, aqui na minha cidade tem."

Fui averiguar. Achei a "Conhecimento Prático Literatura" com o Monteiro Lobato na capa. Conheci há pouco tempo essa revista da editora Escala. Dei uma folheada e gostei, apesar de não ter comprado. Não frequento mais bancas de jornal como antigamente, a não ser para comprar figurinhas para meus filhos. No entanto fiquei curioso para ler essa publicação baseada em infanto-juvenil. Procurei em vários jornaleiros aqui do Leblon. Necas. Fui para a internet. Fucei aqui e ali e achei. Na verdade, a "Discutindo Literatura" é antecessora da "Conhecimento Prático Literatura", da mesma editora. A revista que a Simone mencionou era a de número 3 (a última nas bancas era o número 30, já com o nome Conhecimento Prático). O bicho era antigo. Ainda assim eu o quis e comprei online. Não só esse, como outros números (18 e 28).

Adorei a publicação. A revista é feita com um imenso capricho. As matérias são interessantes e bem escritas. A número 03, o especial infantil e juvenil, vem com uma análise histórica do gênero, textos sobre contos de fadas, histórias clássicas, Ilan Brenman, Maria Antonieta Cunha, Daniel Munduruku, Elisabeth Serra (secretária-geral da FNLIJ), Anna Claudia Ramos apresentando a AEI-LIJ, Rose Campos falando sobre Bartolomeu Campos de Queirós, Heloisa Prieto, Ana Maria Machado, Laurabeatriz, e muito mais.

Embora os outros números que adquiri não sejam unicamente direcionados à literatura infantil e juvenil, há também matérias bem legais que interessam a todos. O número 28 tem na capa: "Era Digital - Escritores e editores criam estratégias para aproveitar as facilidades da internet", além de "Frank R. Stockton - A literatura infanto-juvenil que estimula a inteligência". O número 18 traz: "Contos de Fadas - Versões que não renderam desenhos infantis".

Parabéns a Editora Escala pela revista bacana que é a "Conhecimento Prático Literatura".
        

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Viagem Espacial Interativa - Resenha


Viagem Espacial Interativa
de Alexandre de Castro Gomes
Resenha de RHJ

“Sempre gostei de criar histórias. Minhas brincadeiras com soldadinhos e carrinhos de matchbox envolviam situações complexas e finais surpreendentes. Como toda criança, meu irmão e eu usávamos a imaginação e transformávamos o corredor da casa em pradarias para nossos cavalos e as camas em montanhas intransponíveis, chegando mesmo a criar cavernas com cobertores. Qualquer embalagem de isopor servia como nave espacial com ponte de comando e sala das máquinas. Os encostos de sofás e poltronas davam ótimas pistas para os carrinhos.” Por este depoimento, é possível entender como a mente criativa de Alexandre de Castro Gomes criou também a história do livro Viagem Espacial Interativa, recentemente lançado pela RHJ.

Ele diz que na época em que bolou o texto da Viagem, pensou em criar uma história que pudesse depois ser colocada em computador. Virar uma espécie de joguinho para crianças, no estilo Freddi Fish, onde cada coisinha que se clicasse tivesse um movimento de flash. O final seria sempre o mesmo, mas haveria opções de percurso. “Uma coisa simples que pudesse ser interessante e ao mesmo tempo educativa, que eu acabei transformando em um livro”, relata.

A ideia de usar os planetas surgiu de um papo que teve com sua esposa sobre o Planetário da Gávea. “Eu disse a ela que nunca tinha visto o tal filme na cúpula e ficamos de marcar um dia para ir até lá (o que só acabei fazendo depois que meus dois filhos já tinham idade para entender). Achei que escrever sobre planetas de uma forma lúdica seria uma ótima forma de aprendizado.”

O legal é que a quantidade de planetas e objetos do espaço encaixava-se perfeitamente com o que ele queria fazer. “Eu precisaria de X elementos e lá estavam todos eles me esperando. Se houvesse mais um ou menos um, não daria certo. Era o número ideal. Na verdade, com a controvérsia sobre Plutão, tive de adaptar para incluir os planetas-anões.” Fantástico foi o modo como Alexandre conseguiu amarrar bem toda a sua história. Ela estimula a imaginação a correr tão solta que, com um pouco menos de talento, poderia levar à dispersão dos pequenos leitores. O resultado é simplesmente imperdível!