quarta-feira, 17 de março de 2021

Conversa com um leitor


- Oi, tudo bem?

- Tudo. E com você?

- Tudo bem também. A professora me pediu para eu pesquisar os seus livros. Você pode me ajudar?

- Posso sim. O que você precisa?

- Quais são os seus livros mais bons?

- Como assim?

- Os mais diferentões, sabe? Os que te fizeram ser um escritor famosão.

- Bem, eu não acho que sou isso aí. Nem quero. Prefiro que os livros sejam “famosos”, não eu. 🙂

- E os livros?

- Bem, não sei bem o que você acha que é diferente. Qual dos meus livros você conhece?

- A nossa turma leu “Quem matou o Saci?”. Eu gostei muito. Gosto de histórias de mistérios.

- Então podemos começar daí. Lancei recentemente o “Procura-se o Curupira”, que segue a linha do “Quem matou o Saci?”. Ambos relatam um crime ocorrido entre as criaturas do folclore e a investigação policial que se segue a esse crime. Se gostou do primeiro, vai gostar do segundo. A mesma linha de texto policial, com os mesmos detetives. Ambos são ilustrados pela Cris Alhadeff e publicados pela Escarlate.

- Anotei. Tem mais? 

- Tenho vários. “Folclore de chuteiras” (Peirópolis) é sobre uma partida de futebol entre o time brasileiro de criaturas contra um combinado de monstros mundiais. Todo o texto é uma locução esportiva, como se fosse ouvido no rádio. 

- O que é Peirópolis?

- É o nome da editora. Tem o “A bola ou a menina” (Melhoramentos), que pode ser lido de frente para trás ou de trás para frente; “Os 12 trabalhos de Severino” (SESI-SP), uma adaptação dos 12 trabalhos de Hércules para o folclore nacional; “AMONCA – Associação de Monstros Caseiros” (Biruta), que trata de uma reunião de monstros que buscam formas de fazer as crianças acreditarem neles de novo; “O livro que lê gente” (Cortez), que fala sobre um livro que mora na prateleira mais alta de uma biblioteca e que aprende a ler as pessoas que frequentam o local, invertendo os papeis de leitor e leitura; “Robóticos” (Rovelle), que conta sobre um futuro hipotético onde os robôs trabalham no lugar das pessoas e elas acabam morrendo de tédio; “Origens” (Editora do Brasil), que conta, de forma lúdica, a saga de 5 famílias diferentes, cada uma de uma parte do mundo; “Bichos de sombras” (Estrela Cultural), que brinca com trovas, adivinhas e ensina a fazer diversas sombras de animais na parede; “Motim das Letras“ (Globinho), que fala sobre um motim em um navio onde os piratas são as letras do alfabeto; “Aniversário no cemitério” (Zit), com fotos de cemitérios de verdade; “Deu limerique na casa do bicho” (Cortez), onde brinco com limeriques e plantas baixas (tipo mapinhas) das casas de bichos; A série “Condomínio dos Monstros” (RHJ), três livros com histórias diferentes sobre o mesmo prédio onde vivem monstros bem conhecidos... Precisa de mais ou já está bom?

- Tá bom já. Tem um monte aí. Vou separar alguns para o meu amigo fazer o dever dele também. Obrigado!

- Fico feliz em poder ajudar. Qual o seu nome? O nome da sua escola? 

- Eu não posso dizer, senão a professora vai saber que eu te pedi as respostas e não pesquisei. Tchau!

- Não se preocupe com isso. Ela vai ficar feliz de saber que sua pesquisa envolveu uma entrevista com o autor. Isso não é colar. Fique tranquilo.

...

- Você ainda está aí?

...

- Se precisar de mais alguma coisa, é só pedir. Um abraço, meu amiguinho sem nome!

*Fiz algumas pequenas correções no texto da criança.

** Ela entrou em contato através da minha página profissional do Facebook. Identificou-se como um nome de Pokemon (ou de outro desenho do tipo). Não consegui saber de mais nada.




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