sábado, 10 de dezembro de 2011

Workshop com Marina Colasanti

JP Veiga, Alex, Marina Colasanti e Marilia Pirillo

Foi ontem na Biblioteca Popular Municipal de Botafogo Machado de Assis. O que falar sobre a Marina? Ela é linda, engraçada, inteligente e tem uma história de vida muito interessante. Tão interessante que escreveu "Minha guerra alheia" (editora Record), um livro de memórias sobre a infância na África. Segue a sinopse:

Quando, em 1936, as tropas italianas tomaram Addis Abeda, capital da Etiópia, a saga da família Colasanti começava. Ex-ator, com gosto pela guerra, Manfredo Colasanti mudou-se com a família para a cidade de Asmara, onde nasceria Marina. A menina observadora, que mais tarde se tornaria uma das maiores escritoras da literatura brasileira, guardou na memória as imagens, os cheiros, os sabores e as cores da África - não só de Asmara, mas também de Trípoli, onde viveria depois, antes de regressar à Itália em meio à carnificina da Segunda Guerra.

O encontro começou às 19:20, com a Marina colocando a bolsa no chão e dizendo que ao contrário do que pensam, o dinheiro enraíza e faz árvore. Seu bom humor se manteve durante o evento. Disse que seus pais se chamavam, "pois não se chamam mais", Manfredo e Liseta, e que seu pai era louco por uma guerra.

"Quando uma guerra eclode, o metrônomo da vida pára e é substituído por outro. O futuro é interrompido e só volta após a guerra. E a guerra nunca é tão rápida quanto se espera que seja."

O workshop consistiu em uma leitura de um trecho do livro e outra de uma poesia com assunto equivalente, escrita pela autora há anos. A intenção era mostrar a diferença das narrativas. Enquanto a prosa é um relato sem uma avaliação ou crítica pessoal, o poema transparece a crítica da autora e é lido com entonação e gravidade para marcar a ruptura dos versos. Segundo Marina, isso ocorre porque a falta de espaço na poesia acaba tornando o texto mais denso. O espaço no poema é vital. As vezes é necessário economizar-se o uso das palavras para não quebrar o ritmo.

"Eu nunca trabalhei com sujeito-verbo-predicado. As lágrimas escorrem... O sol nasce... Para mim, texto despido é um tédio."

Adorei o encontro. Falamos sobre poesia, prosa, minicontos, guerra, Asmara e muito mais. Quem foi, certamente aproveitou a oportunidade de aprender com essa autora de enorme talento, história e carisma. Eu aprendi.

Viva, Marina Colasanti!

Nenhum comentário:

Postar um comentário