segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Bartolomeu

Fui apresentado ao Bartolomeu Campos de Queirós durante a Bienal do Rio, em 2009. Eu estava andando com meu editor da RHJ, Rafael, por uma daquelas passagens externas quando encontramos o Bartô encostado em uma viga, segurando uma pastinha de executivo e fumando um cigarro. O escritor olhava para o chão, concentrado em alguma coisa. Quando nos aproximamos ele sorriu e disse para o Rafael que não tinha muito tempo pois precisava ir a uma homenagem que a AEILIJ preparara para ele. Bastaram poucos minutos para que aquele homem pequeno, de voz firme e pausada, me encantasse com tamanha grandeza de pensamentos. Conversamos sobre os livros-brinquedo e o Movimento por um Brasil Literário. Ele deu um tapinha em meu ombro e disse que era um prazer me conhecer e para eu continuar escrevendo (na época eu estava lançando meu segundo livro pela RHJ e não conhecia muita gente do meio). Contou-me que as crianças precisam de mais histórias. O meu editor ainda conversou rapidamente sobre um livro que fizeram, ou estavam fazendo juntos, e em seguida apareceu a Anna Claudia Ramos para levá-lo ao evento, para o qual ele estava atrasado. Foi a única vez que conversei com o Bartolomeu. A primeira impressão foi a melhor possível.

Em novembro passado, postei aqui um video com a Anna Claudia e o Bartolomeu em uma entrevista no Conexão Futura. Marquei uma de suas frases: "Não existe uma verdadeira educação sem a literatura. Sem a literatura a escola não é educativa, é adestramento."

Um grande homem, sem dúvida. Lúcido, talentoso e preocupado com o futuro dos jovens.

O Bartô partiu na madrugada de hoje. Além de suas belíssimas histórias, nos deixou um legado, uma herança cultural, um movimento pela literatura nas casas e escolas. Afinal é como ele disse: As crianças precisam de mais histórias.

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