Filhos de férias e coluna por fazer. Não dá nem para andar
de bicicleta porque chove adoidado. Leitura? Funciona de vez em quando. Eles
gostam (agora estão no meio de um livro da Glaucia Lewicki), mas criança não lê
durante quinze dias seguidos. Já não sei mais que filme pegar na locadora. Outro
dia cheguei a apelar para o Monty Python. Adoraram o cavaleiro negro de Em busca do cálice sagrado. Foi só um arranhão! é a frase da vez.
Bem ou mal os livros e os filmes me deram o tempo que eu
precisava para terminar aqui. Agora preciso arrumar um jogo novo de videogame,
enquanto eles ilustram uma história pra mim. Tem lápis de cor espalhados pela casa inteira.
O artigo? Concursos literários de textos inéditos. Os
convidados? Palmas para Angela Lago e Bruna Assis Brasil!
ILUSTRA com Bruna Assis Brasil
Tive a felicidade de dividir um livro com a Bruna. Todos
para quem mostro suas ilustrações ficam impressionados com o talento dessa moça
de Curitiba. Não é pra menos.
A ilustração é do livro Branca
de Neve e as sete versões
(de José Roberto Torero, Marcus Aurelius Pimenta e Bruna
Assis Brasil, Editora Alfaguara).
Bruna Assis Brasil é apaixonada por fotografia. Foi dessa
paixão que surgiu seu interesse pela ilustração, sempre marcada pela técnica de
colagem. Revistas antigas e enciclopédias da década de 1970 são verdadeiros
tesouros para a ilustradora.
Na obra "Branca de Neve e as Sete Versões", as
ilustrações foram criadas com base nesses recortes, misturando texturas
diversas. Bruna começa criando os personagens com caneta nanquim e recortes de
papel. Depois, digitaliza os personagens e cria a composição digitalmente,
também com aplicação de texturas. A ilustração se forma com a experimentação
dos recortes, que a ilustradora muda e adapta no decorrer do processo até a
etapa final. São usadas texturas de tecido, papel estampado, recortes antigos e
texturas manuais, como lápis e giz. A finalização é digital. Ah! A Bruna também
fez o projeto gráfico desse livro.
Site da ilustadora: www.girafalistrada.com.br
CONCURSOS LITERÁRIOS DE
TEXTOS INÉDITOS
Escrevi meus primeiros textos no século passado. Engraçado.
Quando eu era criança, o século passado estava tão longe. Agora parece que foi
ontem.
Depois que fechei meu primeiro livro com uma editora,
resolvi participar de concursos literários. Eu tinha vontade de mergulhar fundo
na literatura infantojuvenil, sempre li muito, e achei que os concursos
poderiam ajudar a desenvolver a minha escrita. Ganhar é ótimo, mas perder é
parte importante do processo. Por que perdi? Como é o texto que ganhou? No que
o dele é melhor que o meu? Amadureci com os concursos. Foi ali que eu vi que
aquilo que eu achava perfeito, tinha muitos defeitos que poderiam ser corrigidos.
Claro que a perda do prêmio não significa que o texto é
ruim. As vezes o jurado acordou com o pé esquerdo. Pode não ser o estilo
literário preferido dele. A editora que organizou o concurso pode ter em mente
outros temas. Sei lá. Tudo é muito subjetivo. Mas se esmiuçarmos bem,
descobriremos pistas do que pode estar errado. Ou não. No máximo, perde-se
tempo.
Cheguei a participar de alguns concursos. Venci e perdi. Mas
aprendi bastante. Pratiquei minha escrita, fiz amizades e ganhei experiência
para esse novo mundo que me abria as portas.
Aviso: Antes de se inscrever em um
concurso, é bom estar atento aos detalhes. Você deverá pagar para participar?
Deverá pagar para entrar na antologia? Por quanto tempo o organizador terá os
direitos patrimoniais da obra? Haverá pagamento de direitos autorais? O edital
é confuso? Qual a reputação do
organizador? Existe tema pré-definido? O texto pode ter sido publicado na internet? A história poderá ser
publicado em editora depois? O envio é pelos correios ou por e-mail? Lembre-se
que você ficará com o texto preso no concurso e que provavelmente não poderá
enviá-lo para editoras até que saia o resultado. Pesquise tudo o que puder para
não se arrepender mais tarde. Já vi gente que pagou para estar na antologia de
um concurso e o livro nunca saiu. E há histórias mais cabeludas.
Bem, dado o recado, gostaria de relacionar alguns concursos
nacionais, de textos inéditos de literatura infantil e juvenil. Boa sorte!
Prêmio Barco a Vapor, promovido pelas Edições SM (oitava
edição em 2012), que dá de prêmio, além da publicação, um adiantamento nos
direitos autorais de 30 mil reais;
Concurso Nacional
João-de-Barro,
promovido desde 1974 pela prefeitura de Belo Horizonte. Na última edição,
devia-se apresentar uma boneca de livro com as ilustrações. O prêmio foi de 20
mil mais a participação na Feira de Bolonha;
Concurso Nacional Cepe
de Literatura Infantil e Juvenil (terceira edição em 2012), promovido pela Companhia Editora
de Pernambuco (CEPE). O prêmio é de 8 mil para o vencedor de cada categoria
(infantil e juvenil), 5 mil para os segundos colocados e 3 mil para os
terceiros;
Prêmio SESC de contos
infantis Monteiro Lobato, promovido pelo SESC/DF desde 2003. Prêmio de 2 mil para o primeiro
colocado, 1,5 mil para o segundo e 1 mil para o terceiro, além de participação
em uma antologia;
Concurso Nacional de
Literatura Infanto-Juvenil de Ponta Grossa – Desde 2011 deixou de ser regional. Dá ao vencedor
de cada categoria (leitor iniciante, em processo e fluente) o prêmio de R$1.200,00
mais a publicação da história, ilustrada, em uma edição de 1000 exemplares.
Destes, 100 são cedidos ao autor, a título de direitos autorais.
Concurso Internacional
de Literatura da UBE RJ - Alterna, a cada ano, entre livros inéditos e livros publicados. Em
2012 serão livros publicados em 2011. Além do título, não há prêmio em dinheiro
ou publicação.
Concurso Literário
Nacional e Regional da Academia Caxiense de Letras - gênero infanto-juvenil - Em sua 16ª
edição em 2012, o concurso de Caxias do Sul (RS) premia com troféu os três
primeiros colocados de cada gênero. Não há prêmio em dinheiro ou publicação.
Concurso Literário
Coleção Vertentes da UFG – Pela editora da Universidade Federal de Goiás. Dá como prêmio a
publicação de uma tiragem de 300 exemplares, sendo 30 para o autor a título de
Direitos Autorais. Pra vocês verem o grau de exigência, esse ano, os jurados
foram Elizabeth Serra, Ninfa Parreiras e Silvia Zapata.
Concurso de Contos
Infantis As Crianças do Mercosul (oitava edição em 2012) – Promovido pela editora
Comunicarte, da Argentina, é aberto aos residentes dos países do bloco, e dá de
prêmio a publicação dos três primeiros colocados, além de 7 mil pesos
argentinos para o primeiro lugar e 2 mil pesos para o segundo e o terceiro.
ENTREVISTA FOGUETE com Angela Lago
► Quantos livros até agora?
Muitos. Poderiam ser bem menos e eu
ficaria menos arrependida.
► Três livros seus para quem não lhe conhece?
Uni Duni Tê (Editora Moderna);
O monge e o passarinho (Texto de Manoel Bernardes e ilustrações
de Angela Lago - Editora Scipione); e
Muito capeta (Cia. das Letrinhas).
► Em 30 anos haverá livrarias e livros em
papel como hoje?
Não sei mais. O papel está ficando
caro, mas o lixo eletrônico também. Em 30 anos como será o mundo?
► O e-book interativo infantil é um substituto
para o livro-brinquedo?
Você já respondeu. A possibilidade
pedagógica dos aplicativos é gritante e me interessa também. Faço no momento um
e-book para crianças que ainda não sabem ler, lerem sozinhas.
Site da
escritora e ilustradora: www.angela-lago.net.br
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Este Espaço LIJ foi publicado em seção própria no jornal digital Sobrecapa Literal nº 18. Acesse www.sobrecapaliteral.com.br para fazer o download da publicação inteira em formato tabloide.
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