quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Espaço LIJ - Agosto de 2012

Filhos de férias e coluna por fazer. Não dá nem para andar de bicicleta porque chove adoidado. Leitura? Funciona de vez em quando. Eles gostam (agora estão no meio de um livro da Glaucia Lewicki), mas criança não lê durante quinze dias seguidos. Já não sei mais que filme pegar na locadora. Outro dia cheguei a apelar para o Monty Python. Adoraram o cavaleiro negro de Em busca do cálice sagrado. Foi só um arranhão! é a frase da vez.

Bem ou mal os livros e os filmes me deram o tempo que eu precisava para terminar aqui. Agora preciso arrumar um jogo novo de videogame, enquanto eles ilustram uma história pra mim. Tem lápis de cor  espalhados pela casa inteira.

O artigo? Concursos literários de textos inéditos. Os convidados? Palmas para Angela Lago e Bruna Assis Brasil!


ILUSTRA com Bruna Assis Brasil

Tive a felicidade de dividir um livro com a Bruna. Todos para quem mostro suas ilustrações ficam impressionados com o talento dessa moça de Curitiba. Não é pra menos.

A ilustração é do livro Branca de Neve e as sete versões
(de José Roberto Torero, Marcus Aurelius Pimenta e Bruna Assis Brasil, Editora Alfaguara).


Bruna Assis Brasil é apaixonada por fotografia. Foi dessa paixão que surgiu seu interesse pela ilustração, sempre marcada pela técnica de colagem. Revistas antigas e enciclopédias da década de 1970 são verdadeiros tesouros para a ilustradora.

Na obra "Branca de Neve e as Sete Versões", as ilustrações foram criadas com base nesses recortes, misturando texturas diversas. Bruna começa criando os personagens com caneta nanquim e recortes de papel. Depois, digitaliza os personagens e cria a composição digitalmente, também com aplicação de texturas. A ilustração se forma com a experimentação dos recortes, que a ilustradora muda e adapta no decorrer do processo até a etapa final. São usadas texturas de tecido, papel estampado, recortes antigos e texturas manuais, como lápis e giz. A finalização é digital. Ah! A Bruna também fez o projeto gráfico desse livro.

Site da ilustadora: www.girafalistrada.com.br  



CONCURSOS LITERÁRIOS DE

TEXTOS INÉDITOS


Escrevi meus primeiros textos no século passado. Engraçado. Quando eu era criança, o século passado estava tão longe. Agora parece que foi ontem.

Depois que fechei meu primeiro livro com uma editora, resolvi participar de concursos literários. Eu tinha vontade de mergulhar fundo na literatura infantojuvenil, sempre li muito, e achei que os concursos poderiam ajudar a desenvolver a minha escrita. Ganhar é ótimo, mas perder é parte importante do processo. Por que perdi? Como é o texto que ganhou? No que o dele é melhor que o meu? Amadureci com os concursos. Foi ali que eu vi que aquilo que eu achava perfeito, tinha muitos defeitos que poderiam ser corrigidos.

Claro que a perda do prêmio não significa que o texto é ruim. As vezes o jurado acordou com o pé esquerdo. Pode não ser o estilo literário preferido dele. A editora que organizou o concurso pode ter em mente outros temas. Sei lá. Tudo é muito subjetivo. Mas se esmiuçarmos bem, descobriremos pistas do que pode estar errado. Ou não. No máximo, perde-se tempo. 

Cheguei a participar de alguns concursos. Venci e perdi. Mas aprendi bastante. Pratiquei minha escrita, fiz amizades e ganhei experiência para esse novo mundo que me abria as portas.

Aviso: Antes de se inscrever em um concurso, é bom estar atento aos detalhes. Você deverá pagar para participar? Deverá pagar para entrar na antologia? Por quanto tempo o organizador terá os direitos patrimoniais da obra? Haverá pagamento de direitos autorais? O edital é  confuso? Qual a reputação do organizador? Existe tema pré-definido? O texto pode ter sido publicado na internet? A história poderá ser publicado em editora depois? O envio é pelos correios ou por e-mail? Lembre-se que você ficará com o texto preso no concurso e que provavelmente não poderá enviá-lo para editoras até que saia o resultado. Pesquise tudo o que puder para não se arrepender mais tarde. Já vi gente que pagou para estar na antologia de um concurso e o livro nunca saiu. E há histórias mais cabeludas.

Bem, dado o recado, gostaria de relacionar alguns concursos nacionais, de textos inéditos de literatura infantil e juvenil. Boa sorte!

Prêmio Barco a Vapor, promovido pelas Edições SM (oitava edição em 2012), que dá de prêmio, além da publicação, um adiantamento nos direitos autorais de 30 mil reais;

Concurso Nacional João-de-Barro, promovido desde 1974 pela prefeitura de Belo Horizonte. Na última edição, devia-se apresentar uma boneca de livro com as ilustrações. O prêmio foi de 20 mil mais a participação na Feira de Bolonha;

Concurso Nacional Cepe de Literatura Infantil e Juvenil (terceira edição em 2012), promovido pela Companhia Editora de Pernambuco (CEPE). O prêmio é de 8 mil para o vencedor de cada categoria (infantil e juvenil), 5 mil para os segundos colocados e 3 mil para os terceiros;

Prêmio SESC de contos infantis Monteiro Lobato, promovido pelo SESC/DF desde 2003. Prêmio de 2 mil para o primeiro colocado, 1,5 mil para o segundo e 1 mil para o terceiro, além de participação em uma antologia;

Concurso Nacional de Literatura Infanto-Juvenil de Ponta Grossa – Desde 2011 deixou de ser regional. Dá ao vencedor de cada categoria (leitor iniciante, em processo e fluente) o prêmio de R$1.200,00 mais a publicação da história, ilustrada, em uma edição de 1000 exemplares. Destes, 100 são cedidos ao autor, a título de direitos autorais.

Concurso Internacional de Literatura da UBE RJ - Alterna, a cada ano, entre livros inéditos e livros publicados. Em 2012 serão livros publicados em 2011. Além do título, não há prêmio em dinheiro ou publicação.

Concurso Literário Nacional e Regional da Academia Caxiense de Letras - gênero infanto-juvenil - Em sua 16ª edição em 2012, o concurso de Caxias do Sul (RS) premia com troféu os três primeiros colocados de cada gênero. Não há prêmio em dinheiro ou publicação.

Concurso Literário Coleção Vertentes da UFG – Pela editora da Universidade Federal de Goiás. Dá como prêmio a publicação de uma tiragem de 300 exemplares, sendo 30 para o autor a título de Direitos Autorais. Pra vocês verem o grau de exigência, esse ano, os jurados foram Elizabeth Serra, Ninfa Parreiras e Silvia Zapata.

Concurso de Contos Infantis As Crianças do Mercosul (oitava edição em 2012) – Promovido pela editora Comunicarte, da Argentina, é aberto aos residentes dos países do bloco, e dá de prêmio a publicação dos três primeiros colocados, além de 7 mil pesos argentinos para o primeiro lugar e 2 mil pesos para o segundo e o terceiro.



ENTREVISTA FOGUETE com Angela Lago


Quantos livros até agora?
Muitos. Poderiam ser bem menos e eu ficaria menos arrependida.

Três livros seus para quem não lhe conhece?
Uni Duni Tê (Editora Moderna);
O monge e o passarinho (Texto de Manoel Bernardes e ilustrações de Angela Lago - Editora Scipione); e
Muito capeta (Cia. das Letrinhas).

Em 30 anos haverá livrarias e livros em papel como hoje?
Não sei mais. O papel está ficando caro, mas o lixo eletrônico também. Em 30 anos como será o mundo?

O e-book interativo infantil é um substituto para o livro-brinquedo?
Você já respondeu. A possibilidade pedagógica dos aplicativos é gritante e me interessa também. Faço no momento um e-book para crianças que ainda não sabem ler, lerem sozinhas.


Site da escritora e ilustradora: www.angela-lago.net.br

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Este Espaço LIJ foi publicado em seção própria no jornal digital Sobrecapa Literal nº 18Acesse www.sobrecapaliteral.com.br para fazer o download da publicação inteira em formato tabloide. 

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