segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Sinopse do livro em 1 minuto pelo escritor: 01-08


Eu não sei quantas vezes já me perguntaram quem é que matou o Saci. Sei que esse livro e os dois que o seguem fazem um sucesso danado por onde passam, o que para mim é uma alegria enorme.

"Quem matou o Saci?" (Escarlate), livro meu e da Cris Alhadeff, começa com a descoberta de um pequeno corpo de uma só perna em uma casa de festas.

A vítima estava bem machucada, o que comprova o uso de violência e que leva os investigadores Billy Conrado e Joaquim de Jeremias a suspeitarem de um assassinato. Os suspeitos? Ora, o convidados da festa, é claro. E não é que são todos criaturas do folclore também? Isso agora está ficando mais interessante, não acha?

Leia as fichas criminais, siga as pistas ao longo da história e tente descobrir o assassino antes do fim do livro. Te desafio!

"Origens" (Editora do Brasil), é um livro que apresenta 5 contos sobre origens familiares diversas. Nele eu apresento uma história cruzada que mistura ficção com realidade sobre a chegada das minhas famílias portuguesas no Brasil. O André conta a história de seus avós e sua relação com as guerras nipônicas. A Eliane relembra a história de sua família indígena nas cartas que ela escrevia para a avó. Luis Eduardo traz o encontro de seus avós no navio que os trouxe para o Brasil. Sonia descreve a chegada de seu tataravô africano e o que resultou da união de seu filho com uma indígena de São Jorge de Ilhéus.

As ilustrações de Fabio Maciel brinca com colagens de papel e fotos antigas das famílias dos autores. Ficou show!

Aposto que após a leitura você começará a buscar suas próprias origens familiares.

"Robóticos" (Rovelle), livro meu e da Cris Alhadeff, nos apresenta um mundo que para alguns pode ser maravilhoso, mas que para outros pode ser um desastre.

Imagine ter alguém, ou algo, que possa trabalhar por você, que possa ir no mercado, que possa passear com o seu cachorro... Parece bom? Hummm... Mas onde fica a vida nisso tudo? A satisfação das conquistas na careira, o gostinho da escolha da fruta perfeita, a alegria das brincadeiras com o melhor amigo de quatro patas..

O que impede a preguiça da rotina morna? 

Siga Miguel e veja como suas decisões podem afetar a sua vida. 

"Família Tubarônica" (Elo), livro que fiz com meu parça Jean-claude Ramos Alphen, conta a história de um aniversário bem dentuço.

Aqui você encontrará alguns desses bichos, que são importantíssimos para o nosso ecossistema. Esses guardiões dos oceanos ajudam a manter o equilíbrio dos animais que lá vivem, eliminando os peixes velhos e doentes e criando um ambiente saudável para que os peixes saudáveis se multipliquem. Além disso, os tubarões podem ser comparados a "aspiradores de pó" dos mares, pois têm uma incrível habilidade de detectar e encontrar pequenos pedaços de comida, usando sua capacidade de detectar campos elétricos e seu faro apurado. Isso faz com que eles sejam excelentes "limpadores" dos oceanos!

São várias as espécies desse animal e esse livro nos apresenta diversas delas, brincando com suas características principais e dando-lhes uma personalidade (quase) humana. Eis um livro que certamente entreterá meninos e meninas de todas as idades.

Nesse vídeo eu apresento "Folclore de chuteiras" (Peirópolis), obra que conta com as ilustrações do Visca e que traz no final um curioso glossário de imagens de cada personagem que atuou na partida.

Duvido que o leitor não vibre com cada lance desse jogo. Aqui os jogadores usam suas habilidades especiais para levar a bola para dentro das redes do adversário. A vontade de gritar o gol é tanta que chega a dar coceira.

Então, a minha sugestão é a seguinte: sente-se no seu lugar favorito da casa e comece a ler. Cuidado para não acordar seus pais com os gritos da torcida!

Nesse vídeo eu apresento "Condomínio dos Monstros" (RHJ), obra que conta com ilustrações da Cris Alhadeff (seu livro de estreia na LIJ). 

O primeiro dos três livros da série sobre o Condomínio dos Monstros apresenta o prédio onde vivem dez dos monstros mais conhecidos da humanidade e relata o problema enfrentado pela Múmia: devido ao grande barulho provocado pelos vizinhos monstruosos, ela não consegue tirar seu cochilo de mil anos no sarcófago.

Condomínio dos Monstros está entre os meus 5 livros mais vendidos.

Nesse vídeo eu apresento "A liga dos heróis inúteis" (FTD), que escrevi em parceria com o Luiz Antonio Aguiar e que recebeu ilustrações do estúdio Sapo Lendário.

Junte-se à turma da Liga e descubra o que querem e quem está por trás dos Colecionadores! Ah! E tome cuidado! Você também pode estar sendo observado!

Oi, gente. Recebi alguns pedidos de professores para criar alguns vídeos com uma apresentação minha dos meus livros. Abracei a ideia.

Segue o primeiro vídeo, onde falo sobre meu último lançamento: "Quem comeu os meus biscoitos?", que fiz em parceria com a Vanina Starkoff e que foi publicado pela Globinho. Será que vocês conseguem descobrir quem foi o guloso?

Lex Libris (ou livros do Alex): 01-07

 


Os livros do Max Yantok são dificílimos de encontrar. E quando os achamos são muito caros. Tenho esses quatro e estou sempre de olho por outros, afinal são mais de 40 títulos assinados por ele. Nicolau Cesarino era filho de italiano com uma filha de pajé. Em 1911, criou pra "O Tico-Tico" o personagem Kaximbown, um ricaço de cachimbo, que tinha como fã confesso ninguém menos que Rui Barbosa. Particularmente, gosto muito de "As aventuras maravilhosas de Juca Mutuca e Fanikito", com esse dragão com cara de macaco.
Em 1956, já idoso, teve problemas em publicar suas ilustrações, consideradas “ultrapassadas” pelos editores. 
Aposentou-se em 1962 e faleceu no Rio, em 1 de outubro de 1964. Seu medo, segundo sua viúva Amélia, era ser esquecido.


Esses são os três livros da série de histórias da Candimba que Silvia Autuori publicou em 1938. Silvia foi uma apresentadora de programa infantil de rádio, escritora e dramaturga que pertenceu a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT). No início dos anos 1930, na Rádio Tupi de São Paulo, ficou famosa por criar a personagem Tia Chiquinha. 
Ao ser perguntada, em entrevista à Revista Carioca, de novembro de 1942, se a Tia Chiquinha já tinha publicado algum livro, respondeu: "Sim, meu sobrinho. O primeiro foi baseado no legítimo "folclore" paulista e destinado — bem como os outros — às crianças. "Histórias da Candimba" teve boa aceitação, chegando a doze milheiros a sua tiragem inicial. Depois... Bem. Deixemos as lembranças tristes. Este livro compõe-se de três volumes sem interdependência. No mesmo ano, em 1938, surgia a minha quarta criação livresca, denominada "Joãozinho" — o menino que sonha..."
Bem, pelo andar da carruagem, a sua relação com a editora não foi das melhores.


Entre os livros da minha coleção estão esses dois do Thales de Andrade. Percebe-se, na quarta capa de "Itaí na cidade maravilhosa", que o autor pretendia lançar outros da série. No entanto, como eram livros lançados de forma independente, deve ter lhe faltado tempo ou dinheiro. São livros raros e muito interessantes. No primeiro, somos apresentados a criaturas fantásticas relacionadas a cada um dos elementos (Iara da água, Boitatá do fogo e por aí vai).


O grande salto da literatura infantil e juvenil brasileira do século XX foi a publicação de A menina do narizinho arrebitado, de Monteiro Lobato.
Polêmicas à parte, Lobato foi, além de um ótimo escritor, um editor de primeira, que soube transformar o objeto livro em um artigo de excelente qualidade estética e muito desejado para enfeitar olhos e estantes de jovens leitores. Sua habilidade como negociante é conhecida por todos os que estudam o mercado editorial. Ele era capaz de vender livros em açougues, se isso fosse necessário.
Tenho vários livros do Lobato em minha coleção. Ambos os da imagem são raros, sendo o primeiro um fac-símile de 1982 e o segundo um dos poucos exemplares originais que sobraram de 1921.


Esses são os dois livros de literatura infantojuvenil publicados pelo modernista Menotti Del Picchia. São duas aventuras extraordinárias vividas pela dupla do barulho João Peralta e Pé de Moleque.
Uma curiosidade: Enquanto o primeiro livro navega nos mares de Reinações de Narizinho, a obra de Lobato chega a ser mencionada na história, a saga gullivaresca do segundo título foi publicada antes de A chave do tamanho. Teria Picchia retornado o favor e influenciado a história de Lobato?


Como alguns já sabem, eu coleciono livros de literatura infantil e juvenil brasileira antigos. Comecei durante a escrita da dissertação de mestrado e não parei mais. Esses três são da Henriqueta, que era casada com o livreiro Joaquim Saraiva e que iniciou o catálogo infantojuvenil da editora da Livraria Acadêmica, especializada em livros para juristas. A Acadêmica depois se tornou a Saraiva, que todos conhecemos.


Alexina foi uma mulher muito à frente do seu tempo e pioneira nos estudos do folclore nacional e regional. Com apenas 20 anos de idade, teria ido sozinha para Europa e frequentado diferentes cursos na França, Itália, Espanha e Portugal. Permaneceu lá por um ano. Quando voltou trouxe uma bicicleta e desafiou a tradicional sociedade da época, pedalando pelas ruas da cidade e usando calças compridas, o que quase lhe rendeu uma excomunhão pela igreja. Trabalhou como professora, mas havia uma certa resistência aos seus métodos e sua personalidade. Em sala de aula, quebrou paradigmas ao substituir os castigos físicos por tarefas intelectuais. Trocou a palmatória por exercícios de memória e dicção, fazendo os alunos indisciplinados aprenderem cantigas de roda e trava-línguas. Foi ainda a primeira a usar material folclórico na elaboração de materiais didáticos infanto-juvenis e inovadora ao acreditar no potencial educativo da cultura popular. Ela acreditava ser fundamental a criação de uma literatura nacional voltada para crianças e jovens, além da criação de bibliotecas voltadas a este público. Morreu surda e atropelada por uma locomotiva aos 51 anos em Corrêas-RJ, sendo arrastada por 800 metros.
(as informações sobre a vida da autora foram retiradas do texto de João Victor Militani para o site https://museuregionaldesaojoaodelrei.museus.gov.br/alexina-de-magalhaes-pinto-especial-dia-da-mulher/