quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Mostra Mediação & Lingugem

Que notícia bacana! Soube que esse ano, a escola que recebeu o primeiro lugar na Mostra Mediação & Linguagem, promovida pelo Estado de São Paulo, ganhou com um trabalho criado em cima do meu livro com a Cris "Quem matou o Saci?". E não foi a única a ter o livro como tema!

Parabéns para os alunos da PEI E. E. Joaquim Alves Ferreira, de Batatais! Vocês me deixaram muito feliz!

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Lex Libris (ou livros do Alex): 01-10

 


Os livros do Max Yantok são dificílimos de encontrar. E quando os achamos são muito caros. Tenho esses quatro e estou sempre de olho por outros, afinal são mais de 40 títulos assinados por ele. Nicolau Cesarino era filho de italiano com uma filha de pajé. Em 1911, criou pra "O Tico-Tico" o personagem Kaximbown, um ricaço de cachimbo, que tinha como fã confesso ninguém menos que Rui Barbosa. Particularmente, gosto muito de "As aventuras maravilhosas de Juca Mutuca e Fanikito", com esse dragão com cara de macaco.
Em 1956, já idoso, teve problemas em publicar suas ilustrações, consideradas “ultrapassadas” pelos editores. 
Aposentou-se em 1962 e faleceu no Rio, em 1 de outubro de 1964. Seu medo, segundo sua viúva Amélia, era ser esquecido.


Esses são os três livros da série de histórias da Candimba que Silvia Autuori publicou em 1938. Silvia foi uma apresentadora de programa infantil de rádio, escritora e dramaturga que pertenceu a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT). No início dos anos 1930, na Rádio Tupi de São Paulo, ficou famosa por criar a personagem Tia Chiquinha. 
Ao ser perguntada, em entrevista à Revista Carioca, de novembro de 1942, se a Tia Chiquinha já tinha publicado algum livro, respondeu: "Sim, meu sobrinho. O primeiro foi baseado no legítimo "folclore" paulista e destinado — bem como os outros — às crianças. "Histórias da Candimba" teve boa aceitação, chegando a doze milheiros a sua tiragem inicial. Depois... Bem. Deixemos as lembranças tristes. Este livro compõe-se de três volumes sem interdependência. No mesmo ano, em 1938, surgia a minha quarta criação livresca, denominada "Joãozinho" — o menino que sonha..."
Bem, pelo andar da carruagem, a sua relação com a editora não foi das melhores.


Entre os livros da minha coleção estão esses dois do Thales de Andrade. Percebe-se, na quarta capa de "Itaí na cidade maravilhosa", que o autor pretendia lançar outros da série. No entanto, como eram livros lançados de forma independente, deve ter lhe faltado tempo ou dinheiro. São livros raros e muito interessantes. No primeiro, somos apresentados a criaturas fantásticas relacionadas a cada um dos elementos (Iara da água, Boitatá do fogo e por aí vai).


O grande salto da literatura infantil e juvenil brasileira do século XX foi a publicação de A menina do narizinho arrebitado, de Monteiro Lobato.
Polêmicas à parte, Lobato foi, além de um ótimo escritor, um editor de primeira, que soube transformar o objeto livro em um artigo de excelente qualidade estética e muito desejado para enfeitar olhos e estantes de jovens leitores. Sua habilidade como negociante é conhecida por todos os que estudam o mercado editorial. Ele era capaz de vender livros em açougues, se isso fosse necessário.
Tenho vários livros do Lobato em minha coleção. Ambos os da imagem são raros, sendo o primeiro um fac-símile de 1982 e o segundo um dos poucos exemplares originais que sobraram de 1921.


Esses são os dois livros de literatura infantojuvenil publicados pelo modernista Menotti Del Picchia. São duas aventuras extraordinárias vividas pela dupla do barulho João Peralta e Pé de Moleque.
Uma curiosidade: Enquanto o primeiro livro navega nos mares de Reinações de Narizinho, a obra de Lobato chega a ser mencionada na história, a saga gullivaresca do segundo título foi publicada antes de A chave do tamanho. Teria Picchia retornado o favor e influenciado a história de Lobato?


Como alguns já sabem, eu coleciono livros de literatura infantil e juvenil brasileira antigos. Comecei durante a escrita da dissertação de mestrado e não parei mais. Esses três são da Henriqueta, que era casada com o livreiro Joaquim Saraiva e que iniciou o catálogo infantojuvenil da editora da Livraria Acadêmica, especializada em livros para juristas. A Acadêmica depois se tornou a Saraiva, que todos conhecemos.


Alexina foi uma mulher muito à frente do seu tempo e pioneira nos estudos do folclore nacional e regional. Com apenas 20 anos de idade, teria ido sozinha para Europa e frequentado diferentes cursos na França, Itália, Espanha e Portugal. Permaneceu lá por um ano. Quando voltou trouxe uma bicicleta e desafiou a tradicional sociedade da época, pedalando pelas ruas da cidade e usando calças compridas, o que quase lhe rendeu uma excomunhão pela igreja. Trabalhou como professora, mas havia uma certa resistência aos seus métodos e sua personalidade. Em sala de aula, quebrou paradigmas ao substituir os castigos físicos por tarefas intelectuais. Trocou a palmatória por exercícios de memória e dicção, fazendo os alunos indisciplinados aprenderem cantigas de roda e trava-línguas. Foi ainda a primeira a usar material folclórico na elaboração de materiais didáticos infanto-juvenis e inovadora ao acreditar no potencial educativo da cultura popular. Ela acreditava ser fundamental a criação de uma literatura nacional voltada para crianças e jovens, além da criação de bibliotecas voltadas a este público. Morreu surda e atropelada por uma locomotiva aos 51 anos em Corrêas-RJ, sendo arrastada por 800 metros.
(as informações sobre a vida da autora foram retiradas do texto de João Victor Militani para o site https://museuregionaldesaojoaodelrei.museus.gov.br/alexina-de-magalhaes-pinto-especial-dia-da-mulher/


Madame Chrysanthème era como a jornalista e escritora carioca Cecília Moncorvo Bandeira de Mello Rebello de Vasconcellos assinava seus livros. Filha da escritora Emília Moncorvo Bandeira de Mello, adotou o pseudônimo na sua primeira obra, o infantil Contos para crianças por Chrysanthème (1906). O nome escolhido veio de um livro de Pierre Loti que contava a história de uma japonesa submissa ao marido, um oficial da marinha francesa. É possível observar uma fina ironia na escolha do apelido, já que a autora não tinha nada de submissa, muito pelo contrário. Em uma época em que a grande maioria das mulheres ainda utilizava pseudônimos masculinos, Cecília se apresentou com o nome de uma gueixa. Embora não se considerasse uma feminista, pois ao contrário delas acreditava que o magistério era natural às mulheres, sua obra está recheada de ataques a costumes que ela considerava ultrapassados e de críticas às mulheres fúteis e desocupadas. Isso é compreensível pois Cecília ficou viúva cedo e precisou trabalhar para sustentar a si mesma e ao seu filho sem depender de homem algum.


Julia Lopes de Almeida, em entrevista a João do Rio, contou que escrevia seus versos escondida até que o seu pai leu um dos seus textos, deixando-a constrangida. Ele não disse nada, mas no dia seguinte levou a família para uma apresentação de uma pianista italiana e, na volta para casa, contou a filha que o jornal o tinha encomendado um artigo sobre a apresentação e que seria ela quem o escreveria.


João Köpke foi um escritor e professor nascido em Petrópolis. Bacharelou-se em Ciências Sociais e Jurídicas em 1875, sendo o primeiro petropolitano a diplomar-se em curso superior. Fundou, no Rio de Janeiro, o Instituto Henrique Köpke, onde deu aulas para os filhos de Ruy Barbosa, Eduardo Guinle e Conrad Jacob Niemeyer, entre outros. Köpke respeitava os limites e as aptidões dos alunos e condenava o ensino que privilegiava a memorização.
Nos últimos anos de sua vida, além de pensar em “novo método de combater o analfabetismo através do rádio”, João Köpke ainda organizou na primeira estação de radiodifusão do Brasil – a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, do pioneiro Roquete Pinto – a ‘Hora das Crianças’. 


segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Curso Solidário é daqui a pouco!


É daqui a pouco!

Curso Solidário em apoio aos professores do Rio Grande do Sul:

Eu e alguns outros autores de LIJ fomos convidados para conversar sobre literatura e falar com professores sobre alguns dos nossos livros, no meu caso a trilogia de folclore e mistério (Quem matou o Saci?, Procura-se o Curupira e Iara sob suspeita, todos com ilustras da Cris Alhadeff e publicados pela Escarlate/Companhia das Letras). O negócio foi tomando uma proporção gigante e acabou se tornando um curso de extensão e será certificado pela UFRGS através da parceria com o LER clube de leitura, coordenado pela professora Marília Nunes.

Curso solidário (SOS RS) Formando leitores literários: com a palavra os autores

Realização: GELLE (Grupo de Estudos Leitura Literária nas Escolas)

Certificado de 40h emitido pelo PROREXT/UFRGS

Todo o valor arrecadado será destinado à compra de livros e auxílio de professores gaúchos atingidos pela inundação das cidades.

Taxa de matrícula: R$ 300,00

15 encontros online:

14/06 - Leo Cunha - O processo criativo do livro Infinitos e sua mediação de leitura

20/06 - Eliandro Rocha - a literatura como ponte

24/06 - Lilian Vieira - Educação antirracista: como escolher livros literários com representação positiva de personagens negros?

01/07 - Gabriela Romeu e Penélope Martins - Bate-papo sobre o livro Tumba e Para, estrada para novas paisagens literárias

24/07 - Alessandra Roscoe - A medida poética das coisas

12/08 - Marco Haurélio - Literatura de cordel na sala de aula

19/08 - Alexandre de Castro Gomes - Entrelaçando folclore e mistério

??/08 - Otávio Júnior - Da minha janela vejo esperança

10/09 - Goimar Dantas - A arte de criar leitores

19/09 - Kátia Kanton - A diversidade na literatura infantil

30/09 - Ilan Brenman - Os bastidores da criação literária

10/10 - Ana Fonseca e Gisele Federizzi - Literatura, neurodiversidade e mediação

19/10 - Ana Paula Mira - Literatura e o diálogo com as infâncias

13/11 - José Roberto Torero - (Re)contos de fadas na sala de aula

26/11 - Cláudia Sepé - O segredo das palavras: uma ideia para desbloquear a escrita

Muito maneiro, né? Aguardamos vocês!

terça-feira, 13 de agosto de 2024

E aí? Quem matou?


Foto maravilhosa da professora Katy Caroline (ou profekatypedagoga, como está no insta).
Segundo a mesma, é uma foto já tradicional das turmas que ela leciona. Afinal, todas as vezes que se aproxima o dia do folclore, ela lê "Quem matou o Saci?" (livro meu e da Cris Alhadeff publicado pela Escarlate). 😍