A CBL decepcionou ao anunciar o novo Prêmio Jabuti.
Juntar Literatura Infantil e Juvenil em uma só categoria é minimizar a importância de dois gêneros completamente distintos da literatura. O infantil tem dois autores. O escritor e o ilustrador. Todo o trabalho gráfico é diferenciado e há uma preocupação pedagógica gigantesca com o que é apresentado. O juvenil é um texto que trabalha com a linguagem e o ambiente dos jovens. Ambos os gêneros são imensamente importantes na criação de novos leitores, este sim o grande papel da LIJ e seu único ponto em comum. Ora, querer comparar um livro de 24-36 páginas de narrativas curtas em prosa ou poesia, e trabalho gráfico diferenciado, e um de 100-200 páginas, que busca linguagens mais complexas e questionadoras, é um total escárnio e imenso desconhecimento do nosso trabalho literário.
Juntar conto e romance em uma só categoria não seria nem de perto o mesmo absurdo.
Tem mais!
A Ilustração de livro infantil deixou de ser categoria premiada. Embora não fosse a melhor denominação, era uma categoria que valorizava o autor de imagens do livro, cuja importância na obra muitas vezes supera à do escritor. Como disse o Renato Moriconi,
"...Colocar ilustração numa categoria que avalia o produto físico, o acabamento, reforça a ideia de que no mundo do livro o conteúdo está ligado à palavra e reduz as artes visuais apenas a uma funcionalidade ornamental e técnica. É um pensamento contrário à produção contemporânea, especialmente em literatura infantil, aquela que mais explicitou a força da imagem na narrativa literária..."
Depois de tantas lutas, a CBL resolveu voltar 20 anos e dizer que ilustrador é mero prestador de serviço.
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