Se formos listar os livros que mais marcaram nossas vidas, certamente ali estarão livros de LIJ. Por isso, me surpreende que não seja amplamente discutido a falta que os autores de literatura infantil e juvenil fizeram na FLIP. Sim, oficialmente houve uma Flipinha. Mas estava longe de ser o evento dos anos anteriores, que contava com mesas específicas de autores dedicados à LIJ e com a participação das escolas da região. Era um trabalho que começava bem antes dos dias da festa e que culminava na visita dos autores pesquisados às escolas. Os livros eram lidos com antecedência e trabalhos eram realizados pelos alunos.
A literatura infantojuvenil forma os leitores da literatura adulta. É o ponto de partida para a criação de um país de leitores. E o Brasil se destaca no gênero. Temos muitos autores de qualidade e estamos entre os melhores do mundo, tendo ganhado 3 prêmios Hans Christian Andersen, além de importantes prêmios de ilustração.
Apesar de tudo isso, a literatura infantil e juvenil não é valorizada como deveria. Muitos ainda acham que criança lê qualquer porcaria, algo como "o cachorrinho fofinho roeu o ossinho" (assim, com todos os diminutivos), e não enxergam as dificuldades na criação de narrativas modernas e os esforços empenhados na atual produção literária. A dedicação de editores, de profissionais do livro e de autores de texto e de imagem transformaram muitos livros infantis em verdadeiras obras de arte. Alguns deveriam ser leitura obrigatória para todas as idades. E creia, muita gente se surpreenderia ao descobrir que mais livros de LIJ passarão a fazer parte de suas listas de livros marcantes.
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