Um resumo bem simplificado do que foi a minha mesa com o Ernani. Teve mais. Falamos sobre a dificuldade que é publicar histórias que arrepiam sem ensinar. Conversamos sobre o início do terror, desde os contos de fadas e as histórias que os Grimm coletavam dos adultos. Apresentei alguns seres arrepiantes do nosso folclore... Enfim, foi mais de uma hora de conversa.
Histórias de arrepiar
Publicado em 07/07/2016 por flipzona
*cobertura feita pela Central FlipZona
Quem nunca teve medo do bicho papão que atire a primeira pedra!
A mesa aconteceu no sábado, 2/7, às 10h30, no auditório da Casa da Cultura, mediada pelos escritores Leandro Leite Leocadio, Alexandre de Castro Gomes e Ernani Ssó, abordando como tema contos infantis de terror.
Aliás, durante o bate-papo, Alexandre esclareceu a diferença entre terror e horror. O terror cria expectativa e suspense. Já o horror deixa o leitor com cara de azedo. Dá nojo ou repulsa. Foram expostos também os desafios de escrever para o público infantil. De uma maneira descontraída, os autores mostraram aos presentes que o livro destinado às crianças deve ter a mesma qualidade dos destinados aos adultos.
Quando começou a criar histórias de terror para a garotada, Ernani Ssó se inspirou em algo que marcou sua infância: o medo de bruxas. Já Alexandre usou a mistura do folclore brasileiro e os contos que contava a seus filhos. Mas também o influenciou as narrativas que seus filhos contavam para ele.
O mercado editorial também foi um dos assuntos abordados. Para levantar tal questão o mediador Leocadio cunhou um termo ao vivo e a cores: “pedagocentrismo”, representando a falta de liberdade literária do autor brasileiro, que hoje se vê obrigado a escrever um livro que possa ser resumido em uma frase moral, para o uso didático, sem alguns elementos de natureza polêmica, como a religião, a discussão sobre gêneros e sexualidade etc. Sobre isso, Ernani argumentou que, em sua opinião, se o livro pode ser resumido em uma só frase, não é um bom livro. Os componentes da mesa concordaram que a Literatura é arte e não tem função pedagógica, obrigação essa dos livros didáticos e paradidáticos. No final das contas, segundo Alexandre, para escrever um livro infantil é preciso, antes de mais nada, escrever para a sua própria criança interior.
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