Ôpa! Ôpa! Deixa eu passar uma vassoura na casa, limpar o banheiro, preparar um suco com biscoitos e esconder a bagunça das crianças no armário. Hoje tem visita importante no Blogão.
Dando prosseguimento ao blog tour de lançamento do livro "Anete, nariz de chiclete", a escritora (e etc.) Ronize Aline fez uma listinha esperta de dicas para quem quiser dar uma turbinada no seu texto. São indicações preciosas de quem sabe o que está falando.
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4 dicas que irão alavancar sua história
Assim como qualquer outro ofício, a escrita conta com técnicas e processos que são utilizados para torná-la ainda mais envolvente e inesquecível. Cada escritor tem sua própria bagagem criativa, que pode aumentar à medida que busca desenvolver novas formas de contar histórias. Para contribuir com o seu processo de criação literária, apresento abaixo quatro dicas que ajudam a alavancar uma narrativa ficcional.
1. Estruture a sua história.
Embora para muitos possa parecer perda de tempo ou inútil estruturar a história antes de começar a escrevê-la, há um bom motivo para apostar no contrário. A ideia de elaborar uma narrativa a partir de uma estrutura pré-estabelecida não foi criação de alguém sem nada para fazer, mas surgiu da observação e estudo de narrativas lendárias e mitológicas dos mais diferentes povos, que sequer tinham contato entre si. Essas histórias, passadas de geração em geração, tinham em comum a distribuição similar das ações ao longo do texto, o que é intuitivamente compreendido e apreciado pelo ser humano desde as mais antigas eras até os dias atuais.
O primeiro a codificar essa estrutura narrativa e estabelecer um modelo para ela foi Aristóteles. Ele dividiu a trama em três atos. O primeiro introduz os personagens, mostra-os em seu mundo comum e apresenta os problemas que o protagonista (e talvez outros mais) terá que resolver. O segundo ato mostra o caminho percorrido pelo protagonista para alcançar seus objetivos, os obstáculos, desafios, dificuldades e perdas. O terceiro e último ato concentra-se em mostrar como o problema foi resolvido e o protagonista voltando ao seu mundo comum com a recompensa. Basta uma olhada rápida em algum mito ou lenda para perceber que, mesmo sem terem nenhum conhecimento teórico sobre o assunto, nossos antepassados sabiam muito bem como contar uma história. Então, se queremos exercer sobre nossos leitores o mesmo fascínio que as histórias antigas até hoje exercem sobre nós, que tal dedicarmos algum tempo para montar uma estrutura que irá ajudar a despertar neles as emoções desejadas?
2. Fisgue seu leitor imediatamente.
Não dê chance para que o leitor possa aventar a possibilidade de largar o seu livro e não voltar mais a ele. É preciso que ele se sinta fisgado, absolutamente envolvido, desde o primeiro momento e não pense em parar de virar as páginas. Um dos elementos fundamentais a serem utilizados na abertura para garantir esse efeito é o “gancho”. Ele pode estar logo na primeira frase ou nas seguintes, mas deve suscitar a curiosidade do leitor, levantar uma (ou mais) pergunta que espera ver respondida no desenrolar da história. Por exemplo: “Faz um ano que matei meu psiquiatra e tornei-me um milionário”. Ao ler esta primeira frase, o leitor ficará intrigado com a relação – se é que existe – entre o fato de o personagem ter matado o psiquiatra e tornado-se milionário. Por que terá ele matado o psiquiatra? Como tornou-se milionário? Essas e outras questões suscitadas pelo gancho irão garantir a continuidade da leitura.
3. Use “assinaturas” para compor os personagens.
Um dos pilares de uma boa história é a presença de personagens fortes e memoráveis. Grande parte do processo criativo consiste, portanto, em desenvolver personagens “reais” – e não apenas os protagonistas. Isso é necessário para que o leitor crie empatia por eles e queira continuar acompanhando sua jornada.
Há diversas formas de construir personagens críveis e memoráveis, e uma delas é o uso de “assinaturas”, o que ajudará o leitor a lembrar-se mais facilmente de cada um. Fazendo uma analogia com a vida real, quando conhecemos uma pessoa pela primeira vez notamos sua forma física, seu rosto, modo de se vestir, de falar e outras características marcantes. É isso que precisamos fazer com os personagens: dar-lhes características marcantes, únicas, dentro da história. Algumas sugestões que você pode usar no seu próximo livro são: um tique nervoso, um jeito extravagante de se vestir, um problema de fala ou um cheiro peculiar.
4. Show, don't tell
Um conceito inglês amplamente difundido em criação literária é o de “show, don't tell”, que significa “mostre, não conte”. A ideia é que, em vez de descrever, você mostre a situação. Isso tornaria a narrativa menos óbvia e mais envolvente. Por exemplo: em vez de dizer “Maria estava faminta”, mostre “Maria não pôde evitar salivar ao passar em frente ao restaurante, ao mesmo tempo em que tentava disfarçar o ronco que saía de seu estômago há tanto sem comida”. No caso de uma paisagem, a diferença está entre dizer “Nevava forte na cidade” e mostrar “Pedro esforçava-se para manter-se aquecido dentro da pouca roupa que lhe restara, enquanto ao seu lado crianças envoltas em gorros e cachecóis construíam os mais horrendos bonecos de neve que já vira”.
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Gostou? Então aproveite e leia outras dicas que a Ronize nos contou em seu tour. Recomendo todas.
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Obrigada, querido, pela recepção carinhosa e por abrir suas portas para Anete.
ResponderExcluirBeijos,
Ronize Aline