Saudade do ano que se vai. Dos amigos que fiz em eventos
literários. Das feiras que participei. Dos livros que li. Alguém aí sente
saudade dos livros que leu? Eu sinto. Releio mais do que a média. A mesma coisa
com filmes e música. Sentimental eu sou...
Já sentiram saudade do futuro? Aquela que dá quando
namoramos o livro que ainda não saiu? A expectativa da sequência do filme? As
viagens prometidas e os encontros já marcados? A vontade que o tempo passe
rapidinho para que possamos matar essa “saudade” de coisas que ainda não
aconteceram?
Podem pensar o que quiserem, mas sinto saudade do futuro
também. Por isso, fico dividido na virada do ano novo.
Bem, enquanto divago por aqui, deixarei vocês com os
convidados do mês. Dois feras da LIJ brasileira e pessoas que eu admiro demais
(redundante, eu sei).
Na Ilustra, meu querido amigo aeilijiano: o escritor e
ilustrador Mauricio Veneza!
Na Entrevista Foguete, o pai maluquinho de um menino que usa
a panela na cabeça: Ziraldo!
Puxa vida! Isso é é começar o ano com o pé direito.
ILUSTRA com Mauricio Veneza
Poucos sabem mas o Mauricio foi a primeira pessoa que me
recebeu na AEILIJ. Isso foi em 2009, durante a minha primeira participação no
Salão FNLIJ, no Rio de Janeiro. Na época eu lançava o meu segundo livro e ainda
não conhecia a Associação. Mauricio me recebeu de braços abertos. Falou sobre o
trabalho que faziam e conversamos um tempão sobre a obra do Helio do Soveral.
Foi naquele dia que resolvi me associar. Nada como bons papos e novos amigos,
não é?
As três imagens que seguem mostram etapas do processo da
criação do livro Nina África – Contos de
uma África menina para ninar gente de todas as idades, com textos de Lenice
Gomes, Arlene Holanda e Clayson Gomes, pela Editora Elementar.
O niteroiense Mauricio Veneza teve suas primeiras
ilustrações para LIJ publicadas na década de 80. Poucos anos depois, em 87,
estreou como escritor. De lá para cá são centenas de histórias com seus traços
e letras espalhados por livros em bibliotecas de todo o Brasil.
Para a imagem acima, Maurício começou com um esboço a lápis
no verso de um papel já impresso. Em seguida finalizou a traço (pincel e
nanquim) e digitalizou a imagem. Na segunda figura é visto o primeiro
tratamento de cor digital. O traço preto foi convertido num contorno de cor
creme, bem próximo do branco. A terceira figura traz a imagem finalizada no
computador, já com sombreamento e brilhos, tal como aparece no livro.
Site do artista: http://www.aeilij.org.br/home/detalhe_associado.asp?id=420
ENCONTRO DE AUTORES
Nosso evento de final de ano ocorreu em 20/12 e já tem novo encontro sendo programado para 2013. Fiquem de olho!
ENTREVISTA FOGUETE com Ziraldo
Escrevi mais de 180 livros. Que eu me lembre.
► Três livros seus para quem não te conhece?
O menino quadradinho
Os meninos morenos
O menino e seu amigo
► Menina Nina traz um
texto emocionante em cuja mensagem você homenageia a “Vó Vivi”. Quem mais é
homenageado em sua obra?
Em alguns de meus livros, vocês podem encontrar algumas
homenagens, saudades e lembranças. Por exemplo: O Menino e seu Amigo é a história de minha convivência com meu avô;
Os Meninos Morenos fala da minha
infância e das pessoas que conheci e convivi nessa época; O Grande Livro das Tias, é uma homenagem as tias da minha vida; Uma Professora Muito Maluquinha é um
retrato da minha primeira professora; e por aí vai...
► Quando conversamos, depois da entrevista no ABZ, você
me contou histórias divertidas sobre sua mãe. Ela era uma “Supermãe”? E
aproveitando a brincadeira, você tem algo de “Jeremias, o Bom”?
Minha mãe era uma mulher que não gostava de comprar feito.
Tinha uma grande necessidade de inventar coisas, de viver a vida a partir do
jeito dela. Costurava como poucas e inventou seu próprio método de costura;
inventou um jeito de fazer feijão em pó para dar vidros e vidros de presente
para as amigas, cheios de um saboroso pozinho marrom; inventou um alfabeto para
escrever bilhetes secretos para as filhas. Minha mãe inventava charadas e
adivinhas pra brincar com os filhos, como se também fosse criança e me ensinou
as letras do alfabeto transformando cada uma delas em um ser vivo: o A era um
sujeito de pernas abertas, o B era um camarada bundudo, o C era um comilão com
a bocona aberta e por aí vai.
Com relação a segunda pergunta: todo mundo tem um pouco de
Jeremias dentro de si.
► 80 anos bem vividos, com uma obra fantástica e um dos
orgulhos da literatura brasileira. Quais são seus próximos projetos?
Continuar a série de livros dos meninos dos planetas, ver o
Menino Maluquinho 3 nos cinemas, escrever um romance, etc. etc. etc.
Trabalhar... trabalhar... trabalhar...
Site do
escritor: http://www.ziraldo.com.br
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Este Espaço LIJ foi publicado em seção própria no jornal digital Sobrecapa Literal nº 23. Acesse www.sobrecapaliteral.com.br para fazer o download da publicação inteira em formato tabloide.
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