No dia 19/01, alguns escritores da Bodega Literária/Coletivo 150 se encontraram no Sindicato do Chopp do Leme. Teve gente vindo de São Paulo e Brasília! Entre papos, cervejas e afagos, saiu, do jeito que pôde, um poema coletivo.
Os mares se encolheram,
os continentes se aproximaram,
as pontes desapareceram
(Simone Pedersen)
O mundo não se acabou,
mas uma nova História se escreve
E os amigos se inscrevem
nas entrelinhas do abraço
(Tatiana Alves)
O infinito da eterna comunhão da poesia
perde-se, encontrando-se em espelhos
estilhaçados nas estrelas dos mares azuis.
(André Caldas)
Espelhos que refletem o amor dos cogumelos atômicos
E são pulverizados pela luz do brilho
(Zulmar Lopes)
Contudo, o vácuo não vem com a respiração
O nada não se sobrepôs a amplidão,
A insensibilidade não rejeitou a emoção.
(Zé Ronaldo)
Ao contrário, o vácuo, o nada e a insensibilidade
fizeram surgir uma nova geração, e a gênese se restabeleceu!
(Henriette Efferbenger)
E o amor se recriou em forma de versos,
garantindo a união de mentes e corações
que despejaram num bar as mais belas emoções.
(Lilly Araujo)
Porém, segue, inexorável, imenso e intratável, o tempo
Segue a tudo sugando. A tudo devolvendo,
como o mar faz com as conchas vazias.
O tempo segue...
(JP Veiga)
O tempo me segue
Olho para trás
-E ele para
Disfarça
(Rodrigo Domit)
E o que na verdade é o tempo?
E o que é o Passado, o que é o futuro?
O que é a força de um momento
Quando não há desejos que deixem os versos escuros?
(Nathalia Wigg)
O momento é o encontro de amigos,
carcereiros de palavras escritas,
Quando as ditas
Libertam-se em palavras faladas.
(Alex Gomes)
Palavras faladas e cores
Que todos acariciam
Em seus corações
(Ana Beatriz Manier)
O tempo se esgota à emoção do gole, no vácuo das risadas, na eternidade do pranto
E as palavras emergem do baú de todas as gentes, de todos os dias
Dos Brasis, das saudades, das cores de todo canto
Disfarçamos o tempo, aqui e agora: isso é viver poesia.
(Lohan Lage)