quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Seminário "A viagem de um barquinho"

Ontem passei uma tarde muito agradável na companhia de amigos inteligentes e de uma turma super ligada na literatura de Sylvia Orthof. O terceiro painel do seminário A Viagem de um Barquinho - Sylvia Orthof: do teatro para a literatura foi recheado de leituras, risos e lágrimas. Um bate-papo com gosto de saudade e quero mais. Segue a chamada do site da Rovelle:

"SYLVIA ORTHOF: ORA FADA, ORA BRUXA
Painel 3 25/09 terça 13h às 17h

O viés crítico e questionador da autora. A comicidade em sua obra. O humor burlesco, satírico e paródico. Sua face mais irônica. O Surrealismo. Adaptação de clássicos e outros nem tanto. Crítica social e engajamento. Rompimento com o padrão maniqueísta polarizado. A polifonia na obra da autora. Histórias repletas de símbolos religiosos judaicos e católicos. A incorporação de elementos do candomblé.

O humor orthófico: do burlesco à sátira, da paródia ao nonsense. Leo Cunha– Professor/escritor
Subversão e transgressão na escrita de Sylvia Orthof. Ricardo Benevides– Professor/escritor
O estilo orthofiano de adaptar. Mário Feijó – Professor/escritor/editor
Sobre a religiosidade e o simbolismo na obra de Sylvia Orthof. Ninfa Parreiras– Psicanalista/escritora
Historietas cantadas — Apresentação da Cia. Teatro Livro Aberto"

Bem, cheguei na Rua Sacadura Cabral e logo encontrei a Sandra Ronca, a Andrea Taubman e o anfitrião, editor da Rovelle, José Prado. Em pouco tempo éramos muitos no salão do coffee break. Fotos, risadas, trocas de livros, autógrafos, enfim, um encontro muito maneiro. Leo Cunha, Sandra Pina, Maríilia Pirillo, Edna Bueno, Ninfa Parreiras, Ricardo Benevides, Luiz Raul Machado, Antonieta Cunha, Carolina Braga, Marta Lagarta, Helena Rodarte, Leny Werneck, Ana Benevides e mais um monte de gente bacana lotou o auditório da editora para ouvir os palestrantes. José Prado, um gentleman, apresentou a turma do palco e anunciou um a um os escritores e editores presentes. Aplausos para todos. Muito legal isso. 

O Leo começou com uma crítica para o próprio título escolhido para sua palestra e o alterou para Guardachuvando Doideiras. Em seguida classificou o humor em quatro tipos distintos, todos fortalecidos pela irreverência, e leu exemplos de cada, retirados da obra da Sylvia Orthof. São eles o humor burlesco (baseado no movimento e no excesso, que gera um acúmulo de acontecimentos em cascata, ou na carnavalização, ou inversão - o pobre vira rico e vice-versa), o humor satírico, que ironiza e debocha de comportamentos e convenções, o humor paródico, que ironiza algo em outra obra, e o humor de situação, com a surpresa, o quiproquó e o mau-entendido. No final perguntei sobre o humor negro, um de meus tipos favoritos, e o Leo o incluiu dentro de todos os outros tipos de humor. Afinal o humor negro pode se basear em paródias, no cotidiano, em sátiras e no excesso.

Em seguida o Ricardo Benevides leu um texto sobre a TransgreSylvia e a SubverSylvia, onde comentou a escrita transgressora e subversiva de Sylvia Orthof. Mencionou também sua habilidade para a criação de novas palavras.

Mário Feijó fez uma ligação da obra de Sylvia com a obra de Lobato e comentou que a Literatura é filha da Oralidade e que a criança precisa de leitura compartilhada. Segundo ele, também, os melhores autores de LIJ escrevem como se fala. O texto tem que fluir.

Ninfa Parreiras falou sobre o simbolismo na obra de Sylvia, entre eles a personificação da Lua, das estrelas... Mencionou os elementos de religiosidade (exemplificou com o hibridismo de poesia e prosa e cristianismo e candomblé em "Eu sou mais eu") e os ideais de liberdade que trazia desde quando fazia teatro.  Aliás, Ninfa nos brindou com uma história engraçada do começo da carreira literária de Sylvia. Quando Ana Maria Machado sugeriu que a amiga enviasse textos para uma editora de LIJ, Sylvia mandou 26 textos de uma vez para uma só editora. E não guardou cópias!!! Depois conseguiu, com a ajuda de Ruth Rocha, recuperar quase tudo. Imaginem o sufoco!

No final ganhamos de presente uma apresentação da Cia. Teatro Livro Aberto, com histórias de Sylvia Orthof cantadas e musicadas. Valeu muito a pena. Quem perdeu, perdeu.

Sandra Ronca, Sandra Pina, Alex, José Prado e Leo Cunha 








Foto de quem não queria ir embora.


Essa é do Coquetel de lançamento da exposição permanente Sylvia Orthof, na editora Rovelle.


Outra do Coquetel.


Sandra Ronca e Cris Alhadeff.

Apresentação do Teatro do Livro Aberto.


Alex, José Prado e Marta Lagarta.

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