No ano passado eu listei aqui 3 manuais que eu adorava. Hoje quero falar sobre as duas coleções juvenis que mais me fizeram ir às livrarias e que foram de tremenda importância para que eu me firmasse como leitor. São livros da década de 70, escritos pelos brilhantes Stella Carr e Hélio do Soveral. Li esses livros pelo menos umas quatro ou cinco vezes cada um. Amava os temas, os personagens, a aventura e o mistério que povoava as histórias dos Irmãos Encrenca e de A Turma do Posto Quatro. Até hoje estão entre meus favoritos de todos os tempos.
Como já disse antes, "...são autores que me transformaram em quem eu sou. Porque as histórias nos criam, nos transformam. Aprendemos lições. Construímos nossa moral. Eu me diverti muito com esses livros e espero que vocês se divirtam também."
Como já disse antes, "...são autores que me transformaram em quem eu sou. Porque as histórias nos criam, nos transformam. Aprendemos lições. Construímos nossa moral. Eu me diverti muito com esses livros e espero que vocês se divirtam também."
Vou começar pela coleção menor, a dos Irmãos Encrenca, livros de Stella Carr (1932-2008) publicados pela Pioneira, entre 77 e 86, depois reeditados pela Scipione com novas ilustrações. Marco, Eloís e Isabel são 3 irmãos que, sem intenção, acabam sendo jogados em tremendas aventuras, complôs e mistérios por onde quer que andem. Já se envolveram com acidentes na Fórmula Um, armações em jogos de futebol, sociedades secretas - Maçonaria e a Bucha Paulista, entre outras confusões.
A narrativa é dinâmica, com muitos diálogos, e deixa pistas para a solução dos mistérios. O texto carrega humor e é bem divertido de ler. Os títulos são sedutores, as histórias são bem boladas e os finais surpreendentes.
A coleção tem 9 livros, sendo que em dois deles os personagens principais são outros. "O Caso do Sabotador de Angra" tem o foco em Tic-Tac e Acetato, dois meninos de rua. Já o último, "O Enigma das Letras Verdes", tem o adolescente Tilton Risley como protagonista. Eu, particularmente, gosto mais dos livros dos três irmãos.
Segue a relação:
O caso da estranha fotografia, 1977 (ilus. de Marcus Sant'anna)
O enigma do autódromo de Interlagos, 1977 (ilus. de Marcus Sant'anna)
O incrível roubo da loteca, 1978 (ilus. de Marcus Sant'anna)
O fantástico homem do metrô, 1979 (ilus. de Marcus Sant'anna)
O caso do sabotador de Angra, 1980 (ilus. de Marcus Sant'anna)
O segredo do Museu Imperial, 1981 (ilus. de Rogério Nunes Borges)
O esqueleto atrás da porta, 1982 (ilus. de Roberta Masciarelli)
O enigma das letras verdes, 1985 (ilus. de Rhadamés Sant'anna)
Estranhas luzes no bosque, 1986 (ilus. de Carlos da Cunha e Jairo Porfírio)
Estranhas luzes no bosque, 1986 (ilus. de Carlos da Cunha e Jairo Porfírio)
A segunda coleção é A Turma do Posto Quatro, sobre meninos detetives que moram em Copacabana, três deles no mesmo prédio e dois em ruas vizinhas. Gosto tanto desses livros que tenho medo de me alongar demais nesse post. Bem, mas vamos lá.
O grupo é formado pelos personagens Lula (que narra os livros), Cidinha, Príncipe, Carlão e Pavio Apagado. Todo final de semana, eles se reúnem para votar qual a Operação (ou crime, mistério, etc) que será investigada. Operação essa muitas vezes realizada fora do Rio de Janeiro. Aliás, foi com essa coleção que eu conheci grande parte do Brasil.
O grupo é formado pelos personagens Lula (que narra os livros), Cidinha, Príncipe, Carlão e Pavio Apagado. Todo final de semana, eles se reúnem para votar qual a Operação (ou crime, mistério, etc) que será investigada. Operação essa muitas vezes realizada fora do Rio de Janeiro. Aliás, foi com essa coleção que eu conheci grande parte do Brasil.
As histórias são divertidas, verdadeiros romances policiais escritos em primeira pessoa, os personagens bem definidos, as situações são muitas vezes cômicas e o texto carrega um lado didático muito interessante, além de gírias da época, tais como patota, barra-limpa, macetes e outros.
A coleção é de 35 livros de bolso (relação aqui), dos quais 20 tenho até hoje, publicados pela Ediouro entre 1973 e 1979. Um dos meus favoritos é o "Operação Torre de Babel", no qual eles tem que resolver um crime ocorrido no próprio prédio onde moram para salvar a pele do porteiro, pai de Pavio Apagado.
Hélio do Soveral, o autor, era um radialista e escritor infanto-juvenil que nasceu em 1918 em Portugal, viveu no Brasil e morreu atropelado por uma moto aos 82 anos, em 2001, em Brasília. Ele assinava essa coleção com o pseudônimo de Luiz de Santiago. É autor também de outras coleções, como Os Seis, Missão Perigosa e Chereta.