terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Espaço LIJ - Janeiro de 2013

Saudade do ano que se vai. Dos amigos que fiz em eventos literários. Das feiras que participei. Dos livros que li. Alguém aí sente saudade dos livros que leu? Eu sinto. Releio mais do que a média. A mesma coisa com filmes e música. Sentimental eu sou...

Já sentiram saudade do futuro? Aquela que dá quando namoramos o livro que ainda não saiu? A expectativa da sequência do filme? As viagens prometidas e os encontros já marcados? A vontade que o tempo passe rapidinho para que possamos matar essa “saudade” de coisas que ainda não aconteceram?

Podem pensar o que quiserem, mas sinto saudade do futuro também. Por isso, fico dividido na virada do ano novo.  

Bem, enquanto divago por aqui, deixarei vocês com os convidados do mês. Dois feras da LIJ brasileira e pessoas que eu admiro demais (redundante, eu sei). 

Na Ilustra, meu querido amigo aeilijiano: o escritor e ilustrador Mauricio Veneza!
Na Entrevista Foguete, o pai maluquinho de um menino que usa a panela na cabeça: Ziraldo!

Puxa vida! Isso é é começar o ano com o pé direito.


ILUSTRA com Mauricio Veneza

Poucos sabem mas o Mauricio foi a primeira pessoa que me recebeu na AEILIJ. Isso foi em 2009, durante a minha primeira participação no Salão FNLIJ, no Rio de Janeiro. Na época eu lançava o meu segundo livro e ainda não conhecia a Associação. Mauricio me recebeu de braços abertos. Falou sobre o trabalho que faziam e conversamos um tempão sobre a obra do Helio do Soveral. Foi naquele dia que resolvi me associar. Nada como bons papos e novos amigos, não é?  

As três imagens que seguem mostram etapas do processo da criação do livro Nina África – Contos de uma África menina para ninar gente de todas as idades, com textos de Lenice Gomes, Arlene Holanda e Clayson Gomes, pela Editora Elementar.

  
O niteroiense Mauricio Veneza teve suas primeiras ilustrações para LIJ publicadas na década de 80. Poucos anos depois, em 87, estreou como escritor. De lá para cá são centenas de histórias com seus traços e letras espalhados por livros em bibliotecas de todo o Brasil.

Para a imagem acima, Maurício começou com um esboço a lápis no verso de um papel já impresso. Em seguida finalizou a traço (pincel e nanquim) e digitalizou a imagem. Na segunda figura é visto o primeiro tratamento de cor digital. O traço preto foi convertido num contorno de cor creme, bem próximo do branco. A terceira figura traz a imagem finalizada no computador, já com sombreamento e brilhos, tal como aparece no livro.




ENCONTRO DE AUTORES

Pensei em escrever sobre o encontro de autores de LIJ para o artigo do mês e cheguei a conclusão que muitas vezes uma imagem vale mais do que mil palavras. Essa foto, com a Lagoa ao fundo, mostra bem como foi gostosa a nossa reunião. Amigos, livros, abraços...

Nosso evento de final de ano ocorreu em 20/12 e já tem novo encontro sendo programado para 2013. Fiquem de olho!


ENTREVISTA FOGUETE com Ziraldo

Quantos livros publicados? Destes, quantos como escritor?
Escrevi mais de 180 livros. Que eu me lembre.

Três livros seus para quem não te conhece?
O menino quadradinho
Os meninos morenos
O menino e seu amigo

Menina Nina traz um texto emocionante em cuja mensagem você homenageia a “Vó Vivi”. Quem mais é homenageado em sua obra?
Em alguns de meus livros, vocês podem encontrar algumas homenagens, saudades e lembranças. Por exemplo: O Menino e seu Amigo é a história de minha convivência com meu avô; Os Meninos Morenos fala da minha infância e das pessoas que conheci e convivi nessa época; O Grande Livro das Tias, é uma homenagem as tias da minha vida; Uma Professora Muito Maluquinha é um retrato da minha primeira professora; e por aí vai...

Quando conversamos, depois da entrevista no ABZ, você me contou histórias divertidas sobre sua mãe. Ela era uma “Supermãe”? E aproveitando a brincadeira, você tem algo de “Jeremias, o Bom”? 
Minha mãe era uma mulher que não gostava de comprar feito. Tinha uma grande necessidade de inventar coisas, de viver a vida a partir do jeito dela. Costurava como poucas e inventou seu próprio método de costura; inventou um jeito de fazer feijão em pó para dar vidros e vidros de presente para as amigas, cheios de um saboroso pozinho marrom; inventou um alfabeto para escrever bilhetes secretos para as filhas. Minha mãe inventava charadas e adivinhas pra brincar com os filhos, como se também fosse criança e me ensinou as letras do alfabeto transformando cada uma delas em um ser vivo: o A era um sujeito de pernas abertas, o B era um camarada bundudo, o C era um comilão com a bocona aberta e por aí vai.
Com relação a segunda pergunta: todo mundo tem um pouco de Jeremias dentro de si.

80 anos bem vividos, com uma obra fantástica e um dos orgulhos da literatura brasileira. Quais são seus próximos projetos?
Continuar a série de livros dos meninos dos planetas, ver o Menino Maluquinho 3 nos cinemas, escrever um romance, etc. etc. etc.
Trabalhar... trabalhar... trabalhar...

Site do escritor: http://www.ziraldo.com.br

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Este Espaço LIJ foi publicado em seção própria no jornal digital Sobrecapa Literal nº 23Acesse www.sobrecapaliteral.com.br para fazer o download da publicação inteira em formato tabloide.

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